Inovação é o foco central da V Conferência sobre a Presença Húngara no Brasil que acontece na USP dia 01/11, sexta-feira. O evento é aberto ao público interessado em um país com muito respeito à ciência

Inovação é o foco central da V Conferência sobre a Presença Húngara no Brasil que acontece na USP dia 01/11, sexta-feira. O evento é aberto ao público interessado em um país com muito respeito à ciência

Por Galeria de Comunicações

A Conferência é uma iniciativa do Curso de Extensão de Língua e Cultura Húngara do Departamento de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, criado a partir de um acordo de cooperação na área de educação entre Brasil e Hungria. A missão é expandir e desenvolver as relações culturais

Acontece no próximo dia primeiro de novembro na USP, a V Conferência sobre a presença húngara no Brasil, com foco em inovação, ciência e tecnologia. Relatos mostram que jesuítas húngaros já estavam no Brasil em 1700 e depois em outras revoluções nos séculos seguintes, o povo húngaro foi chegando ao Brasil e liderando áreas. E, assim como outros povos de diversos cantos do mundo, compõem o desenvolvimento do Brasil e confluem com sua rica mistura de culturas e conhecimentos que sempre estiveram inabaláveis como o mais importante patrimônio a ser protegido, independente de todas as guerras e revoluções de um país com mais de mil anos de existência.

”A Conferência acontece para estreitarmos as relações existentes entre os dois países nos campos da educação, cultura e ciência. Tratará sobre como a inovação pode fortalecer a cooperação entre as instituições acadêmicas dos dois países, concretizar acordos assinados nos últimos anos entre a USP e Universidades Húngaras. Na parte da manhã abordaremos assuntos acadêmicos como por exemplo, Universidades no Ecossistema da Inovação; Ciência, Pesquisa e Inovação atual na Hungria; Internacionalização na USP como ambiente para inovação. Aqui contaremos com professores, cientistas e pesquisadores dos dois países envolvidos com esses temas, trazendo um olhar variado sobre assuntos muito importantes para ambas as nações. Na parte de tarde, que é a parte geral contaremos com debates sobre inovação com foco em educação, ciência, tecnologia e também da história e presença dos húngaros aqui no Brasil”, explica Anita Demkó, professora de língua e cultura húngara da USP.

Esse dia de muito conhecimento com personalidades da cena Brasil-Hungria acontece em 01/11, sexta-feira, das 9h00 às 18h00 na Universidade de São Paulo, a “V Conferência sobre a Presença Húngara no Brasil – Inovação em um mundo globalizado”, é gratuito e aberto ao público, acesse para mais informações: http://www.hungarosnobrasil.com.br/ . E na linha da tradição húngara, todo evento tem dança, música e apresentações culturais.

A marcante Hungria não é um país rico em recursos naturais (nem minerais, nem energéticos), e a inovação tem sido o elemento que mais ajudou o País a superar a escassez desses recursos. Prova disso: 12 Prêmios Nobel, inúmeras invenções húngaras, desde a caneta esferográfica, passando pela água com gás, até a vitamina C,  e o Instituto Europeu da Innovação e Tecnologia com sede em Budapeste, entre outros. Audi, Mercedes e BMW mantêm centros de desenvolvimento de tecnologia na Hungria que – com exceção da Alemanha – é o único país da União Europeia a abrigar instalações do tipo de três montadoras.

A Cônsul Comercial da Hungria no Brasil, Zsuzsanna László, explica: “Nosso lema é, em vez de ter mercadorias “made in Hungary”, dar foco aos produtos e serviços “invented in Hungary”. Entre as empresas inovadoras presentes no mercado brasileiro destacam-se, a Organica Water que propicia estações de tratamento de água sem o característico mau-cheiro. Baseada na filtragem por meio de raízes de plantas, em instalações que lembram mais jardins botânicos, a tecnologia possibilita a implantação das estações nos grandes centros urbanos, com uma economia de até 30% de energia e 60% de espaço.. A Companhia de Águas de Budapeste tem o know-how em reparação de tubulações subterrâneas sem a necessidade de perfurações no asfalto e consequente perturbação ao tráfego; a Graphisoft, que produz software de arquitetura em 3D; Agroninja, com seu software que permite medir o peso de animais sem estresse, por meio de fotos tiradas do celular; a Prezi, com seu software de apresentações mais modernas e dinâmicas que o habitual Power Point; a FanSelfie, com seu aplicativo que permite tirar fotos certificadas com celebridades.”, ressalta a Cônsul.

A presença de brasileiros nas universidades húngaras permite que os jovens fortaleçam as relações culturais entre os dois países, por intermédio de seus conhecimentos e sua diversidade para progredir nos setores da educação, medicina, engenharia e comunicação, que são os grandes pilares da tecnologia. A Universidade de São Paulo também conta com renomados professores húngaros, a exemplo de Alinka Lepine- Szily, que foi diretora do Laboratório Aberto de Física Nuclear entre 2007 e 2011, que tem como principal equipamento o Acelerador Pelletron e o duplo solenoide supercondutor RIBRAS (Radioactive Ion Beams in Brazil). Teve participação ativa na aquisição e instalação do sistema RIBRAS. Tem experiência na área de Física Nuclear, com ênfase em Estrutura e Reações Nucleares, atuando principalmente nos seguintes temas: espalhamento elástico, estrutura e reações de núcleos instáveis, exóticos e reações nucleares entre ions pesados. Ela irá palestrar na Conferência sobre os Laureados Húngaros do Prêmio Nobel.

Portanto, nos últimos anos, o Brasil e a Hungria vêm investindo deliberadamente no desenvolvimento da dimensão internacional do ensino superior, o que resultou em milhares de jovens brasileiros estudando no ensino universitário húngaro por intermédio de seus programas de bolsas de estudo. Existem  depoimentos públicos de que os jovens brasileiros gostam de estudar e viver na Hungria porque a paisagem é muito bonita, as cidades oferecem segurança com bolsa adequada ao custo de vida. Para Balázs Vince Nagy, vice-reitor de Relações Internacionais da Universidade de Tecnologia e Economia de Budapeste e Presidente do Comitê Internacional do Colégio dos Reitores Húngaros, “o destino do mundo globalizado será moldado pelos jovens que estão atualmente no ensino superior por meio de seus conhecimentos profissionais, habilidades individuais e redes transfronteiriças”. O Programa Stipendium Hungaricum também abriu novas perspectivas na cooperação educacional e científica húngaro-brasileira como, por exemplo: estudantes brasileiros que estudam no nível de doutorado em instituições húngaras não apenas participam de projetos de PhD e processos de inovação, mas também desempenham um papel importante no fortalecimento das relações interinstitucionais.

Entre os húngaros palestrantes, o evento deste ano também contará com a participação do empresário István Wessel, da tradicional família Wessel que trabalha com carnes e trouxe esse legado da Hungria para o Brasil, atuantes desde 1830. Segundo István,“como húngaro, tenho a obrigação de ser sempre criativo e resiliente, pois somos sempre nós que temos que nos adaptar. Isso faz da gente um ser observador e pronto para as mudanças que a vida e os negócios exigem. Se estivéssemos fazendo hoje o que fazíamos há 10 ou 15 anos, a empresa simplesmente teria desaparecido, não há como crescer e mais que isso sobreviver por seis décadas sem a permanente atenção com a inovação, e não se pode falar em inovação sem que se tenha um processo estruturado para isso”, finaliza István Wessel. Estima-se que atualmente existem entre 80 e 100 mil descendentes de húngaros residentes no Brasil.

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Postado em

24 de outubro de 2019

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